"Sonhos-concretos"
Série fotográfica, 2016


Cidade-memória-ternura-construção-amor-abandono-reencontro. A tensão do concreto branco e azul do céu. Lugares não-lugares, derivas-promessas, sonhos-concretos.


"São Paulo é uma cidade que não cultiva sua memória, fazendo da transformação permanente a sua identidade, sua condição de existência. Foi o que percebeu o antropólogo Claude Lévi-Strauss ainda nos anos 1950, identificando o fato de que em São Paulo a pujança construtiva coincide muitas vezes com o estágio de abandono e ruína. Portanto, as construções nem bem chegam a terminar e, frequentemente, já se vêem abandonadas, assumindo a incompletude como um estado de “ser”."


Guilherme Wisnik
18 de agosto de 2017


"Série que produzi entre 2015-2019, em algumas saidas acompanhando a construção do monotrilho da linha ouro, ali na Água Espraiada. Encontrava com essa coisa saindo de bicicleta, indo pro trabalho e pra faculdade, quando morava com minha mãe. Era um assunto (objeto e tema) que me trazia muita coisa, a escala (espacial e temporal) da cidade, construção num rasgo alongado na paisagem, atravessada por forças invisiveis que tensionavam o andamento da coisa. Um arco-circulo incompleto, parado e já corroendo. Um elo a se fechar, que não se fechava, ou que demorava muito a seguir (assim como alguns fluxos da vida, os atravessamentos, e as grandes questões do tempo).
Falar da cidade pelo prisma do amor, não só do urbanismo técnico. (Re)encontros, a cidade, os sonhos, a materializacao do desejo (construtivo, afetivo). Lembrar da cidade como quem fala de um amor parado no tempo, a vontade-caminho-fé de se reconectar com ele.

Edição foi feita na pandemia/isolamento, sem poder circular /medo da morte, lembrando das pessoas, dos desejos de estar junto, o fio foi conectando pra mim."






















Resources

Mamiya RB67 120mm
Nikon FG-20 35mm
Expired Kodak Pro 100
Fujifilm Superia 400